Dom Paulo Mendes Peixoto
Bispo de São José do Rio Preto (SP)
Bispo de São José do Rio Preto (SP)
Numa visão antiga, que vem sendo muito
retomada nos últimos tempos, é a ideia de que Deus recompensa os bons e
castiga os maus nesta vida. O que está claro é que a vida humana vive de
altos e baixos, de alegrias e sofrimentos, o que constitui um mistério.
Pensando bem, não há explicação para o
sofrimento. Jó nos mostra que Deus está presente onde o ser humano
sofre. Nos evangelhos entendemos que Jesus cura quem sofre, mostra que
Deus conhece o sofrimento do humano por dentro e o assume até o fim.
Falar de prosperidade é ater-se a uma
vida sem sofrimento, de mirar para alvo que só ocasiona gozo e alegria.
Esta pode ser uma visão cristã da vida, isto é, prosperidade
significando intimidade com Deus, realizando o maior de todos os
mandamentos, o amor.
É contra os princípios do evangelho
ancorar-se na artimanha da prosperidade, para ferir a liberdade das
pessoas, extorquindo delas bens materiais. Pior ainda quando isto é
feito em nome de Deus. Isto passa a causar a queda de quem é “fraco na
fé”.
O anúncio da Palavra de Deus pode estar cheio de ambiguidades, carregado de atitudes escusas. Ela pode ser instrumentalizada para atender aquilo que não favorece o bem comum. Deixa de ser uma Palavra de gratuidade e de transformação.
O anúncio da Palavra de Deus pode estar cheio de ambiguidades, carregado de atitudes escusas. Ela pode ser instrumentalizada para atender aquilo que não favorece o bem comum. Deixa de ser uma Palavra de gratuidade e de transformação.
A Palavra de Deus é fonte de
prosperidade espiritual. Ela aciona os corações e as mentes para a
liberdade e abertura ao verdadeiro bem. Não pode ser “privatizada” para
bens materiais e enriquecimento ilícito, explorando a sensibilidade das
pessoas.
Não podemos ver nas doenças e sofrimentos um castigo. Aí acontece a manifestação do mistério divino. Sabemos que muitos sofrimentos são provocados por imprudências, vícios e atitudes irresponsáveis. Normalmente, o egoísmo aumenta o sofrimento.
Não podemos ver nas doenças e sofrimentos um castigo. Aí acontece a manifestação do mistério divino. Sabemos que muitos sofrimentos são provocados por imprudências, vícios e atitudes irresponsáveis. Normalmente, o egoísmo aumenta o sofrimento.
É violência enganar as pessoas com
falsas promessas de prosperidade, que até causam nos sofredores um
sentimento de culpa. Muitos se perguntam: que fiz de errado? Por que
mereci isto? O importante é dar sinais do amor de Deus, que é nosso Pai.
Fonte: CNBB
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Serão excluídas mensagens de cunho ofensivo!