Dom Redovino Rizzardo
Bispo de Dourados (MS)
Bispo de Dourados (MS)
Agora é oficial: finalmente, depois de
ter sido anunciado pela milionésima vez, o mundo vai terminar no dia 21
de dezembro de 2012. O jeito é preparar-se e... ver para crer!
Desta vez, quem faz a profecia são os
maias – mas há “estudiosos” que a atribuem aos astecas – os primeiros
habitantes do México. De acordo com a sua cosmologia, desde o seu
início, o planeta foi percorrendo cinco grandes ciclos, cada um com
5.125 anos. Quatro já passaram, e acabaram sempre em destruição. O
próximo vai terminar no dia 21 de dezembro de 2012. E o que desencadeará
o fim do mundo? De acordo com os “entendidos” – os leitores percebem
logo que não é o meu caso! – naquele dia, o sol do solstício vai se
alinhar com o centro da Via Láctea – o que acontece a cada 26.000 anos!
Ao mesmo tempo – sempre segundo as
profecias – ocorrerá outro raro fenômeno, que é a mudança do eixo da
terra em relação à esfera celeste. A inversão dos polos ocasionará uma
avalanche de terremotos, tsunamis e vulcões, que acabarão em poucos
instantes com a raça humana.
Mas, para não assustar ninguém com
profecias que, de tão costumeiras, perdem cada mais a sua força, entra
em cena a ciência para garantir que o mundo vai acabar, sim; não, porém,
em 2012, mas daqui a um bilhão de anos, quando as temperaturas serão
tão escaldantes, que nenhuma vida conseguirá resistir.
Se já agora, há pessoas que acham o
calor insustentável, imagine-se o que acontecerá então! E quem é o
culpado de tudo isso? Graças a Deus, por esta vez não é o homem, mas o
sol que, como qualquer outro ser “vivo”, caminha, ele também, para a
velhice e a morte. É o que afirma, entre inúmeros outros colegas,
Gustavo Rojas, astrofísico da Universidade Federal de São Carlos:
«Quando o hidrogênio de seu núcleo vai acabando, a conseqüência é a
estrela aumentar. Isso interfere em seu brilho e na energia que chega à
terra».
O sol é um amontoado de gás
incandescente. Seu “combustível” não dura para sempre, e a substituição
do hidrogênio pelo hélio fará com que suas camadas externas se expandam.
Seu tamanho aumentará aproximadamente 200 vezes, o suficiente para
atrair a si – e fazê-los desaparecer! – vários planetas, como Mercúrio,
Vênus e, talvez, a própria terra. O calor se espalhará por toda a sua
extensão, e ele acabará transformado numa bola gigante, cada vez mais
fria e avermelhada.
As condições de vida na terra, porém, se
deteriorarão muito antes. «Daqui a um bilhão de anos, com o aumento do
brilho do sol, os oceanos já terão evaporado. Até as rochas derreterão. A
vida já terá acabado», garante Carolina Chavero, do Observatório
Nacional do Rio de Janeiro. Se ela estiver certa, será mais fácil a
humanidade desaparecer da face da terra por um desastre que ela mesma
produziu do que por um fenômeno astronômico.
Assim sendo, haverá ainda muito tempo e lugar para que os “profetas” continuem sua tarefa de anunciarem o fim do mundo...
Mas – já que perguntar não ofende – valerá a pena perder tempo em conjeturas que não levam a nada, quando o próprio Jesus afirmou que «quanto a esse dia e a essa hora, ninguém sabe nada, nem os anjos do céu, nem o Filho do homem, mas somente o Pai» (Mt 24,36)?
Mas – já que perguntar não ofende – valerá a pena perder tempo em conjeturas que não levam a nada, quando o próprio Jesus afirmou que «quanto a esse dia e a essa hora, ninguém sabe nada, nem os anjos do céu, nem o Filho do homem, mas somente o Pai» (Mt 24,36)?
Muito mais simples e inteligente é fazer
nossa a recomendação que São Pedro dava aos primeiros cristãos: «Há uma
coisa que vocês, amados, não deveriam esquecer: para o Senhor, um dia é
como mil anos, e mil anos são como um dia. O Senhor não demora para
cumprir o que prometeu, como alguns pensam, achando que há demora; é que
Deus tem paciência com vocês, porque não quer que ninguém se perca, mas
que todos cheguem a se converter. O Dia do Senhor chegará como um
ladrão, e então os céus se dissolverão com estrondo, os elementos se
derreterão, devorados pelas chamas, e a terra desaparecerá com tudo o
que nela se faz. Em vista dessa desintegração universal, qual não devem
ser a santidade de vida e a piedade de vocês, enquanto esperam e
apressam a vinda do Dia de Deus? Nesse dia, ardendo em chamas, os seus
se dissolverão e os elementos se fundirão consumidos pelo fogo. O que
nós esperamos, conforme a promessa dele, são novos céus e nova terra,
onde habitará a justiça» (2Pd 3,8-13).
Adaptação por Jailson Uriel Zanini
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