Dom, 29 de Janeiro de 2012 12:44
Rádio Vaticano
O Papa Bento XVI rezou ao meio-dia deste
domingo, 29 de janeiro, a oração do Angelus com os milhares de fiéis
reunidos na Praça São Pedro. Na alocução que precedeu a oração mariana o
Santo Padre recordou que a autoridade não é um poder, mas um serviço.
“Muitas vezes para o homem a autoridade
significa a posse, poder, dominação, sucesso. Para Deus, no entanto -
disse o Papa -, a autoridade significa serviço, humildade, amor,
significa entrar na lógica de Jesus, que se inclina para lavar os pés
dos discípulos, que busca o verdadeiro bem do homem, que cura as
feridas, que é capaz de um amor tão grande de dar a vida, porque Ele é
Amor”.
Momentos antes Bento XVI recordou o
Evangelho deste domingo que apresenta Jesus que faz pregação na sinagoga
de Cafarnaum, a pequena cidade no lago da Galiléia onde viviam Pedro e
seu irmão André.
Ao seu ensinamento – continuou o Papa -,
que desperta a admiração do povo, segue a libertação de “um homem
possuído por um espírito impuro”, que reconhece em Jesus o “Santo de
Deus”, isto é o Messias. Em pouco tempo, sua fama se espalhou por toda a
região, que ele percorre anunciando o Reino de Deus e curando os
doentes de todos os tipos: palavra e ação.
São João Crisóstomo observa como Jesus
alterna o discurso em benefício daqueles que ouvem, “passando dos
prodígios às palavras, e passando novamente do ensino da sua doutrina
aos milagres”.
A palavra que Jesus dirige aos homens
imediatamente abre o acesso à vontade do Pai, à verdade de si mesmos.
Além disso, à eficácia da palavra, Jesus unia os sinais da libertação do
mal. Santo Atanásio observa que “comandar os demônios, expulsá-los não é
obra humana, mas sim divina”.
“A autoridade divina não é uma força da
natureza. É o poder do amor de Deus que cria o universo e, encarnando-se
no Filho Unigênito, descendo à nossa humanidade, restaura o mundo
corrompido pelo pecado. Romano Guardini escreve: “Toda a vida de Jesus é
uma tradução do poder em humildade... é a soberania de quem se abaixa
como servo”.
Bento XVI recordou ainda que na próxima
quinta-feira, dia 2 de fevereiro, celebraremos a festa da Apresentação
do Senhor, Dia Mundial da Vida Consagrada. Então pediu a intercessão de
Maria Santíssima para que “guie nossos corações na busca da misericórdia
divina, que liberta e cura a nossa humanidade, enchendo-a de toda graça
e benevolência, com o poder do amor”.
Nas saudações em várias línguas o Santo
Padre destacou que neste domingo, foi beatificada em Viena, Hildegard
Burjan, leiga, mãe de família, que viveu entre o século XIX e XX e
fundadora da Sociedade das Irmãs da Caritas Socialis.
O Papa lembrou ainda que neste domingo comemoramos o Dia Mundial da Hanseníase.
“Ao saudar a Associação Italiana de
Amigos de Raoul Follereau, gostaria de estender o meu encorajamento a
todas as pessoas atingidas por esta doença, bem como também a todos os
que os assistem e, em de muitos modos, se comprometem para erradicar a
pobreza e a marginalização, reais causas da persistência do contágio”.
E pediu paz para a Terra Santa:
“Recordo ainda o Dia Internacional de
intercessão pela paz na Terra Santa. Em profunda comunhão com o
Patriarca Latino de Jerusalém e o Custódio da Terra Santa, invocamos o
dom da paz para esta terra abençoada por Deus”.
Antes de se despedir dos fiéis e
peregrinos, falando em italiano, Bento XVI saudou os jovens da Ação
Católica que, acompanhados pelo Cardeal Vigário Agostino Vallini, com os
seus educadores e familiares, deram vida à “Caravana da Paz”. “Agradeço
a todos vocês – disse o Papa – e os encorajo a levar em todos os
lugares a paz de Jesus”.
Duas crianças, um menino e uma menina,
estiveram ao lado do Papa na janela de seu escritório para a tradicional
liberação de duas pombas. A menina, Noemi, leu uma mensagem ao Papa na
qual recordou o compromisso no âmbito da Associação a refletir, também
no silêncio, sobre o valor da paz, recordando as crianças que nascem em
situações difíceis. A menina contou sobre a iniciativa da criação de um
Centro de Detenção Alternativo à prisão para menores, na Bolívia. E ao
Papa a menina pediu.
“Pedimos ao senhor que reze junto
conosco pelos nossos pais, educadores e sacerdotes, para que nos ajudem a
ser testemunhas e agentes de paz”.
O Papa liberou as pombas, “como sinal de
paz para a cidade de Roma e para o mundo inteiro” e visto que num
primeiro momento pareciam querer retornar para dentro do apartamento
papal, brincando Bento XVI disse: “Querem ficar na casa do Papa”.
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