3 de outubro de 2011

Entrevista: Dom Gabriele Amorth sobre as aparições da Rainha da Paz

Queridos irmãos, queridas irmãs, a paz! Já próximos ao trigésimo aniversário das aparições da Gospa em Medjugorje, achamos oportuno reler esta entrevista ainda atual, dada por Dom Amorth por ocasião do vigésimo aniversário das aparições. Ele foi um dos primeiros a aprofundar e divulgar essas aparições, que depois se tornaram conhecidas em todo o mundo. Quando elas iniciaram, Dom Amorth não era exorcista. Era diretor de uma revista mensal mariana, “Mãe de Deus”, e organizador de eventos marianos, conhecido sobretudo por haver promovido, em 1959, a “Consagração da Itália ao Coração Imaculado de Maria”. Membro da Pontifícia Academia Mariana Internacional, foi reconhecido como um dos mais competentes marialogistas da Itália.


Pergunta: Dom Amorth, quando o senhor começou a se interessar pelas aparições de Nossa Senhora em Medjugorje?
Resposta: Poderia responder que de imediato. Basta lembrar que escrevi o meu primeiro artigo sobre Medjugorje em outubro de 1981. Depois continuei a ocupar-me sempre mais intensamente, a ponto de escrever outros cem artigos e três livros em colaboração.

P.: O senhor acreditou de imediato nas aparições?
R.: Não, mas logo vi que se tratava de fatos sérios, dignos de serem aprofundados. Na minha qualidade de jornalista profissional, especializado em marialogia, me senti obrigado a estudar os fatos.

P.: O senhor esteve muitas vezes em Medjugorje?
R.: Nos primeiros anos sim. Todos os meus escritos são fruto da experiência direta. Conheci os seis videntes; fiz amizade com o padre Slavko. Ele adquiriu plena confiança em mim, por isso me fazia participar das aparições, mesmo quando todos os estranhos eram excluídos delas, e me usava como intérprete para falar com os jovens, que na época ainda não falavam italiano. Eu interrogava também as pessoas da paróquia e os peregrinos. Aprofundei-me no estudo de algumas curas extraordinárias, em particular a de Diana Basile. Acompanhei muito de perto os estudos médicos aos quais foram submetidos os videntes. Para mim, foram anos emocionantes, também pelos muitos conhecimentos e amizades que contraí com pessoas italianas e estrangeiras: jornalistas, sacerdotes, responsáveis por grupos de oração. Por um certo período, fui considerado um dos principais especialistas. Recebia contínuos telefonemas da Itália e do estrangeiro, para transmitir as novidades e para discernir as notícias verdadeiras das falsas. Naquele período, reforcei ainda mais a minha amizade com o padre René Laurentin, avaliado por todos como o principal mariólogo vivo, e bem mais merecedor do que eu de ter aprofundado e difundido os fatos de Medjugorje. Não escondo também uma secreta esperança: que, para avaliar a veracidade das aparições, fosse reunida uma comissão de peritos internacionais, para a qual esperava ser chamado junto com o padre Laurentin.

P.: O senhor conheceu bem os videntes? Com quais se sente mais em sintonia?
R.: Falei com todos eles, exceto com Mirjana, a primeira para a qual cessaram as aparições. Tive sempre a impressão de uma total sinceridade. Com o passar dos anos, meu relacionamento com os jovens acabou, exceto com Vicka, com quem continuei sempre em contato. Alegra-me recordar que minha principal contribuição para conhecer e fazer conhecer Medjugorje foi a tradução de um livro que permanecerá para sempre como um dos documentos fundamentais: “Mil encontros com Nossa Senhora”. Trata-se da narração dos três primeiros anos das aparições, resultado de uma longa série de entrevistas entre o franciscano padre Janko Bubalo e Vicka. Trabalhei na tradução junto com o padre croata Massimiliano Kozul, mas não foi uma simples tradução. Fui também ao padre Bubalo para esclarecer muitas passagens que eram obscuras e incompletas.

D.: Muitos esperavam que os afortunados jovens se consagrassem a Deus. Em vez disso, eles se casaram. Isso não foi uma decepção?
R.: A meu ver, fizeram bem em casar-se, já que se sentiam inclinados ao matrimônio. A experiência de Ivan no seminário foi um fracasso. Os jovens muitas vezes perguntavam a Nossa Senhora o que deveriam fazer. E Nossa Senhora respondia invariavelmente: “Vocês são livres. Rezem e decidam livremente”. O Senhor quer que todos nos tornemos santos. Mas para isso não é necessário viver uma vida consagrada. Podemos nos santificar em qualquer estado de vida e cada um faz bem em seguir as suas inclinações. Nossa Senhora, continuando a aparecer aos jovens também depois de casados, demonstrou claramente que o casamento deles não constituía um obstáculo ao relacionamento com ela e com o Senhor.

P.: O senhor várias vezes afirmou ver em Medjugorje uma continuação de Fátima. Como explica isso?
R.: A meu ver, a relação é muito estreita. As aparições de Fátima constituem a grande mensagem de Nossa Senhora para o nosso século. No fim da primeira guerra mundial, a Virgem afirma que, se não fosse feito o que havia recomendado, sob o pontificado de Pio XI iria iniciar uma guerra pior. E isso aconteceu. Depois prosseguiu pedindo a consagração da Rússia ao seu Coração Imaculado, senão... Ela foi feita talvez em 1984: tarde, quando já a Rússia havia espalhado pelo mundo os seus erros. Depois houve a profecia do terceiro segredo. Digo apenas que ainda não se realizou. Não existe nenhum sinal de conversão da Rússia, nenhum sinal de paz segura, nenhum sinal do triunfo final do Coração Imaculado de Maria. Nestes anos, especialmente antes das viagens do papa a Fátima, a mensagem de Fátima tinha sido quase posta de lado; os chamados de Nossa Senhora não eram ouvidos; enquanto isso, a situação geral do mundo se agravava, com um contínuo crescimento do mal: perda da fé, aborto, divórcio, pornografia, várias formas de ocultismo, sobretudo magia, espiritismo, seitas satânicas. Era indispensável um novo impulso. Este veio de Medjugorje, e depois de outras aparições marianas em todo o mundo. Mas Medjugorje é a aparição-piloto. A mensagem aponta, como em Fátima, para um retorno à vida cristã, à oração, ao sacrifício (existem tantas formas de jejum!). Aponta decididamente, como em Fátima, à paz e, como em Fátima, contém ameaças de guerra. Creio que, com Medjugorje, a mensagem de Fátima tenha retomado vigor e não há dúvida de que as peregrinações a Medjugorje superam as peregrinações a Fátima, e têm os mesmos objetivos.

P.: Como o senhor vê o futuro de Medjugorje?
R.: Eu o vejo em crescente desenvolvimento. Não se multiplicaram só as casas de acolhida, como pensões e albergues, mas também obras sociais estáveis, e suas construções estão crescendo. De resto, o bem que resulta aos peregrinos de Medjugorje é um fato que tenho constatado durante todos estes anos. Conversões, curas, libertações são incontáveis e deles temos muitos testemunhos. Porque também eu coordeno um grupo de oração em Roma no qual, no último sábado de cada mês, se vive uma tarde assim como em Medjugorje: adoração eucarística, explicação da última mensagem de Nossa Senhora (que sempre ligo a uma passagem do Evangelho), rosário, Santa Missa, recitação do Creio com os sete Pai-Nossos, Ave-Marias e Glórias característicos, oração final. Participam sempre 700 a 750 pessoas. Depois da minha explicação da mensagem, se deixa espaço para testemunhos ou perguntas. Bem, sempre tenho notado esta característica em quem vai em peregrinação a Medjugorje: cada um recebe aquilo de que tem necessidade: uma inspiração particular, uma confissão que provoca uma virada na vida, um sinal às vezes quase insignificante, outras vezes miraculoso, mas sempre conforme a necessidade da pessoa.


Fonte:  http://nossasenhorademedjugorje.blogspot.com/2011/06/entrevista-com-dom-gabriele-amorth.html

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